0254. Não-resposta

0254. Não-resposta

Proliferam na internet milhões de respostas a uma simples e ingénua questão…

“Crês que deus existe?”

É uma questão que se repete e repetirá certamente no tempo, pelo menos durante algum tempo, até que deixe obviamente de ser feita…

Responder ou não responder, não é, pois, relevante.

Relevante é o facto de, no momento, ter a certeza de que eu existo!

Indiferentemente de responder… ou não!

Não sei realmente quem sou…

Mas existindo e sendo o que sou, supostamente, ateu…

Pensando racionalmente como penso, sem limites nem fronteiras…

Devo, desde logo, aclarar e declarar que não acredito em “seres imaginários”!

Consequentemente e logicamente não deveria sequer responder a esta espécie de não-pergunta!

Será, pois, também uma espécie de não-resposta!

Resumindo: para mim, um “ser imaginário”, tal como o nome indica, é apenas um “ser imaginário”. Ponto final.

Qualquer “ser imaginário” (vulgo: deus), não passa de um conceito meramente mental, portanto abstrato… não sendo equacionável a sua existência como ser ativo, diligente ou divinamente inteligente…

Se em tempos existiu tal pessoa… é provável!… tal como tantos outros incógnitos seres humanos… hoje falecidos.

Perguntar-me-ão alguns, então, porque continuo a escrever sobre este “amigo imaginário” se o considero uma perda de tempo?

Dirão outros, ao abordar a matéria, se não lhe estou a dar o corpo e a alma (fictícia e abstrata, obviamente) que precisa para viver?

Não. Não é o caso, porque apenas tenho amigos reais!

Muita gente murmurará com os “seus botões” … alguns de forma completamente genial com os seus dedicados heterónimos…  mas, conversar toda uma vida com o seu “omnipotente, omnisciente e omnipresente amigo imaginário”, é, de todo, um comportamento compulsivo-dependente que, em casos mais extremos, pode levar à loucura ou transformar-se numa autêntica psicose.

Reitero que o intuito desta não-resposta não é julgar os que habitualmente murmuram com os seus “botões” ou com os seus amigos imaginários!… não!

Não pretendo sequer tentar condicionar alguém…  jamais o faria…

Será a ciência… o conhecimento… a própria natureza que inevitavelmente o fará ditando as suas próprias leis. A verdade, mais cedo ou mais tarde, acabará sempre por se desforrar de quem a tenta ludibriar.

Todos temos o direito de ter (ou não!) amigos imaginários!

O problema que se coloca é que em nome do seu supremo amigo imaginário, muitos seres humanos já perderam a vida… (e continuam a perder!) -alguns apenas por nele não acreditarem, ou simplesmente por pensarem de forma diferente!

Ninguém pode exigir a submissão às regras do seu supremo amigo imaginário!

É, pois, também uma questão de liberdade física e mental!

O problema é que este amigo imaginário tal como é ainda atualmente apresentado pelas mais diversas personagens, interfere e condiciona negativamente o futuro de toda a humanidade!…

O problema é que, algumas personagens que vivem e se dedicam fielmente aos seus amiguinhos imaginários, não são de modo algum, pacíficas ou inofensivas tal a forma como profetizam e como acabam inevitavelmente por afetar e condicionar todos os que os rodeiam.

O problema mais grave, é que, em nome do “amiguinho imaginário”, um número ilimitado de chicos-espertos, exploram economicamente e impiedosamente milhões de pobres…

Nenhuma crença que venera o seu amigo imaginário produz algo… ou ajuda alguém!

Na realidade, é continuamente ajudada e mantida pelos seus fiéis. É uma espécie de mendiga perpétua que vive do trabalho alheio… e ainda por cima recebe dinheiro dos impostos do estado sem descontar ou contribuir minimamente para apoiar o tecido social.

Afirma aos “sete céus” que “o dinheiro é fonte de pecado”, porém, acumula-o e ostenta-o compulsivamente, o que deveria, no mínimo, encaminhar qualquer alma para o inferno, ou, ofender o pobre e devoto fiel que no seu dia a dia luta por colocar um pedaço de pão na mesa dos seus filhos…

Este é, fundamentalmente, o motivo que me leva a dar uma resposta, ou melhor, uma “não-resposta!

Porque é irrelevante e indiferente a resposta!

Bastava, pois, parar e ficar por aqui.

O principal problema é que não é ficando calado ou ignorando esta grave dependência que se descobre a sua cura!

 

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Autor: Carlos Silva
Data: 2020-06-04
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0253. Epístola

0253. Epístola

 

Acabei de ver um pequeno extrato em vídeo que, parece, terá sido transmitido ontem por uma estação pública de TV (a RTP para a qual obrigatoriamente contribuo com a quantia mensal de 2,85€) durante um programa designado “Eucaristia Dominical”.

 

Durante o extrato, uma das participantes do evento, dito religioso, lê um texto bíblico, que alegadamente terá sido proferido pelo Apóstolo São Paulo aos Efésios.

Até aqui tudo bem!… apenas mais um texto, como tantos outros!

A questão é que sou de imediato confrontado (e deduzo que qualquer ouvinte feminina também!) e desafiado a reagir às citações, certamente incumbidas por interposta pessoa.

 

Cito…

“As mulheres submetam-se aos maridos, como ao senhor… porque o marido é a cabeça da mulher”.

 

Após o embate inicial, qualquer pessoa, menos atenta ao tema, dirá…

A sério?… “isto” está mesmo escrito na Bíblia?!

A Igreja Católica diz que “a mulher é inferior ao homem e deve submeter-se a ele”?!

Não é possível!

 

É mesmo possível… no Séc. XXI!

 

Pois é!… estamos mesmo no Sec. XXI… e confesso que previamente, tendo em conta o que atualmente se está a passar no Afeganistão relativamente à situação da mulher, pensei que se trataria de uma crítica da igreja católica portuguesa aos talibãs…

Afinal não era!

Apenas mais do mesmo!…

O mesmo discurso “obsoleto e primitivo” que claramente choca com a Constituição da República Portuguesa e com a Declaração Universal dos Direitos do Homem… (e da mulher!)

 

Quase ninguém sabe, mas em Portugal existe uma entidade que supostamente será um exemplo de excelência e eficiência e cuja competência é precisamente fiscalizar e regular este tipo de conteúdos…

Não fiscalizou nem regulou antes de ser exibido… e a até ao momento também não terá sequer reagido…

 

E o nosso “Estado”?!… o que faz?!

Pois continua no mesmo silêncio de sempre… uma espécie de silêncio conveniente, ou talvez estratégico para que a Igreja Católica divulgue e exponha publicamente alguns extratos mais transcendentais das suas brilhantes escrituras!

 

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Autor: Carlos Silva
Data: 2021-08-16
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0252. Vício

252. Vício

 

Não!

Não me digam que sou louco!

Apenas porque amo assim loucamente!

Não me digam que sou louco!

Porque posso responder loucamente!

Ou apenas que sou assim quando amo perdidamente!

 

Não!

Não me digam que sou poeta!

Apenas porque escrevo assim loucamente!

Não me digam que sou poeta!

Porque posso não escrever perfeitamente!

Ou apenas escrever o que sinto assim perdidamente!

 

Não!

Não me digam que de louco tenho um pouco!

Apenas porque escrevo o que amo loucamente!

Não me digam que de louco tenho um pouco!

Porque sou completamente viciado e dependente!

Dependente deste vício de amar e ser amado loucamente!

 

Um vício que me consome tão completamente!

Que me assola na loucura dos teus beijos e abraços!

Que me devora na loucura dos teus gritos gemidos!

Que me arrasa na loucura dos teus espasmos e orgasmos!

 

Um vício que me consome tão absolutamente!

Que desordena todos os batimentos do meu coração!

Que destrói todas as razões e preconceitos das minhas utopias!

E transforma em realidade toda a loucura dos meus sonhos e fantasias!

 

Digam-me!

Digam-me que não estou louco?!

 

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Autor: Carlos Silva
Data: 2021-08-16
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0251. Heróis indiferentes

251. Heróis indiferentes

Por imposição dos que lideraram o velho Estado Novo

É obrigação deste novo Estado de abril Nobre Povo

Trazer para Portugal as mortalhas de seus entes queridos

Militares que em África ficaram perdidos e esquecidos

Militares a quem em nome de deus e do nacionalismo

Foi roubada a juventude pelo tão desalmado colonialismo

Militares a quem em nome da Nação e da Santa Glória

Foi prometido o Céu, o Paraíso e um lugar na história

Ali jazem sem que ninguém lhes tenha pedido desculpa

Ali jazem abandonados onde caíram hirtos e a pé firme

Ali jazem ignorados perante o silêncio do atual regime

Heróis indiferentes duma Igreja sem sombra de pecado

Heróis indiferentes dum Estado sem mácula de culpa

Heróis de um Portugal a quem ninguém pediu desculpa

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É uma vergonha!

Para Portugal e para os portugueses,

Não trazer para Portugal as mortalhas dos seus entes queridos,

Militares que em África jazem perdidos e esquecidos.

Até hoje ninguém, oficialmente, tomou qualquer iniciativa

Para os trazer para a sua terra…

A terra pela qual deram a vida.

É uma vergonha!

Para a Igreja Católica portuguesa

Que até hoje não esboçou uma única palavra…

Um único pedido de desculpa…

Pelos Bispos que apoiaram e apadrinharam o velho Estado Novo …

Pelos que abençoaram mais esta guerra santa.

Em vez disso criaram a mentira de Fátima…

Para onde chamam os pobres inocentes que sobreviveram…

Para que contribuam e agradeçam à suposta divindade que os salvou…

Esquecendo-se de pedir perdão

A todos aqueles que lá ficaram,

A todos aqueles que condenaram.

É uma vergonha!

É uma vergonha este silêncio sepulcral.

Silêncio de uma culpa que morreu cega e solteira.

Silêncio sobre um dos mais graves e vergonhosos erros da nossa história.

Pelo menos tragam-nos de volta

Para que finalmente possam descansar em paz!

 

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Autor: Carlos Silva
Data: 2021-08-16
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0250. O Milagre do Sol

250 Milagre do Sol

Todas as religiões partem do princípio que alguém lhes revelou uma verdade suprema e absoluta.

Nenhuma ousa sequer questionar quem lhe incutiu essa “verdade” fixa e imutável.

Nenhuma admite estar enganada ou ilusionada.

Todo os seres conscientes partem do princípio que a verdade está no que podem observar, ainda que tal possa não corresponder concretamente aquilo que veem.

Podemos ter a ilusão que o sol gira à volta da terra… o que não corresponde à verdade.

Portanto nem tudo o que observamos é realmente o que pensamos ver.

Há, no entanto, evidências observáveis, confirmadas pela ciência, que são indesmentíveis: o facto da terra girar em torno do sol é uma delas!

A questão é, pois, saber se o que observamos corresponde ou não à realidade.

Ao observarmos um fenómeno solar a ciência explica-nos o porquê e normalmente aceitamo-lo porque se enquadra logicamente naquilo que observamos.

Imagine-se agora que alguém nos diz que, algures no meio de um descampado, num dia de sol radiante de maio de 1917, três humildes pastorinhos, de 7, 8 e 10 anos, sem qualquer escolaridade, disseram aos seus pais que tinham visto uma senhora toda iluminada, a falar, sobre uma azinheira…

Qual seria o nosso primeiro impulso racional?

Certamente não acreditaríamos!…

Certamente pensaríamos que aquilo que as crianças supostamente terão visto não corresponde à realidade!… ou, eventualmente, que quem disse que as crianças disseram aquilo, mentiu… ou eventualmente forjou as suas declarações com outro propósito qualquer.

A quem o assunto despertar interesse, certamente procurará ler e informar-se sobre os factos que estiveram na origem do fenómeno; ou, sobre o que na altura foi dito pelos intervenientes…

O que disseram realmente os intervenientes?

A mãe da menina (Lúcia, que disse ter visto e falado com a imagem), “morreu na convicção de que a filha era uma grande mentirosa…” -portanto que tinha mentido! Segundo palavras suas… “ninguém devia acreditar na filha porque ela como mãe conhecia-a muito bem!”

Quem mais tarde transcreveria meticulosamente as declarações dos meninos foi um tal Cónego Formigão, que (segundo registou também), “pediu à Lúcia que viessem mais 6 vezes…  sempre no dia 13 de cada mês, à mesma hora, para dar tempo para planear uma coisa em grande em outubro… com muita gente!”

Sabendo a Igreja da pobreza e ingenuidade das populações locais que “normalmente seguem a lei do menor esforço e engolem tudo o que lhe colocam à frente…”, bastava colocá-las no local do fenómeno e dizer a toda a gente que se tratava de um “milagre”.

O “Milagre do Sol”!

Sempre nos dias 13 de cada mês… de maio a outubro!

Jacinta tinha na altura 7 anos e morreu em 1920, três anos depois do fenómeno;

Francisco tinha 8 anos e morreu em 1919 de pneumonia, dois anos após o fenómeno;

Lúcia tinha 10 anos. Aos 14 foi retirada à mãe e colocada num asilo de freiras doroteias, no Porto, onde esteve durante vários anos sem sequer dizer o nome, ou falar a alguém da história de Fátima. Mais tarde seria transferida para um Convento na Galiza onde foi obrigada a fazer-se freira doroteia. Nunca disse que viu o sol dançar, ou algo que se pareça!

“Quem escreveu, o que consta nos documentos, pôs lá o que quis.

Quem escreveu fez as perguntas e obviamente deu as respostas!”

Foi então que foi para Fátima um Bispo fazer o reconhecimento oficial do “milagre”, proclamando a “aparição digna de Fé”, com base num relatório elaborado por um tal Cónego Formigão, que na realidade, foi o cérebro das “aparições”!

No local seria então erguido um imponente santuário, hoje local de culto turístico internacional que dá muito dinheiro a ganhar ao comércio local, ao “Santuário” e obviamente também ao Vaticano… entre tantos outros!

Mais um milagre da Igreja Católica!

O chamado “Milagre do Sol” ou “Milagre de Fátima”.

Mais uma vil mentira para explorar populações inocentes!

Segundo informação divulgada pela United Press-International, facultada por círculos fidedignos do Vaticano, “embora a Igreja tenha reconhecido as aparições de Fátima, esta não deseja tomar o compromisso de garantir a veracidade das palavras que os três pastorinhos disseram que a Virgem Maria lhes dirigira.”

Virá um dia em que as pessoas começarão a perguntar e a questionar estes fenómenos… que deixarão de ser cientificamente analfabetos… será apenas uma questão de tempo e evolução!

Tal como diria o General De Cossé Brissac…

“Mais tarde ou mais cedo, a Verdade vinga-se sempre de quem tenta injuriá-la.”

 

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Autor: Carlos Silva
Data: 2021-08-17
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0249. Nova Liberdade

0249. Nova Liberdade

Esta é a Nova Liberdade em que vivemos!

A Liberdade que permite que só leve a vacina apenas quem quer!

A Liberdade que permite manifestações de maiorias e minorias!

Esta não é a Liberdade que permite chamar “assassino” a quem lidera com empenho e competência um processo de vacinação em massa, que, concordemos ou não, tem salvado imensas vidas!

Vacinados ou não, outros lhe chamarão “herói”, tal a forma como o tem vindo a fazer!

Esta não é a Liberdade que permite (quem não quer levar a vacina!) vir para os centros de vacinação manifestar-se contra os que querem ser vacinados e insultar aqueles que dirigem o processo.

Se esta Nova Liberdade impusesse a “obrigação”, talvez até ganhassem algum fundamento, ainda que, egoisticamente, estando apenas a pensar neles e não no grupo do qual fazem parte; mas perante tal atitude…

Acabaram por cair no ridículo…

Na Liberdade dos inúteis, dos idiotas e dos inconscientes…

Passem um dia por uma Unidade de Cuidados Intensivos…

Sofram um dia o que eu lá sofri e outra história me contarão!

Ou então vão manifestar-se para o Afeganistão!

Nessa nova Liberdade!

Aí sim terão razões de sobra para o fazer!

Aí não só encontrarão autênticos heróis, como o Almirante!…

Como também autênticos “assassinos” a que poderão de viva-voz insultar!

De um militar!

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Autor: Carlos Silva
Data: 2021-08-15
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0248. Escravatura

248. Escravatura

Recentemente muito se tem falado sobre “escravatura” …

Palavras vãs sobre um tempo imoral e irracional em que o ser humano assumia como propriedade ou mercadoria o seu semelhante.

Um passado recente e indecente ainda presente na pele e na memória de alguns, manchado de sangue, suor e muito sofrimento… com feridas que ainda hoje não sararam.

Um passado sombrio e vergonhoso que convém sempre recordar e apontar para nunca mais reiterar…

Curiosamente, pouco se tem falado sobre a nova escravatura… a escravatura mental.

A escravatura exercida pelo poder político-económico-religioso sobre os mais fracos, os mais desfavorecidos, os mais débeis e sobretudo sobre os mais ignorantes…

Curiosamente, pouco se tem falado desta nova escravatura exercida por mentes, supostamente inteligentes, que se alimentam continuamente de dementes, carentes e inconscientes…

A escravidão mental, também ela abominável, continua a capturar e a aprisionar o seu semelhante à nascença, a privá-lo do seu legítimo e fundamental direito à autêntica liberdade: a liberdade mental!

Poucos, hoje, sabem o que é ser efetivamente livre, tal o tamanho das grades que os envolvem, tal a escuridão mental em que continuamente sobrevivem.

Domesticados e enclausurados nas suas próprias jaulas…

Doutrinados e completamente desprovidos de raciocínio crítico…

Condicionados a pensar o que outros pensam… a ser o que outros querem que sejam…

São vergonhosamente explorados e escravizados pela ideologia ou religião dominante.

Escravos da sua própria sobrevivência… escravos de uma vida previamente perdida.

Talvez, tal como no passado, num futuro próximo, não seja possível libertar toda esta gente…

Talvez, palavras como estas, sejam apenas palavras vãs….

Mas, pelo menos, quebremos agora os seus cadeados e soltemos estes pobres seres…

Deixemo-los pensar por si!

Deixemo-los despertar por si!

Deixemo-los sentir, descobrir e perceber que estão acorrentados!

Afinal, “não existe pior prisão do que uma mente fechada!”

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Sem título

A propósito de “escravatura” …

Diz o Antigo Testamento:

“Se comprares um servo hebreu, seis anos servirá; mas ao sétimo sairá livre, de graça.

Se entrou só com o seu corpo, só com o seu corpo sairá; se ele era homem casado, sua mulher sairá com ele.

Se seu senhor lhe houver dado uma mulher e ela lhe houver dado filhos ou filhas, a mulher e seus filhos serão de seu senhor, e ele sairá sozinho.”

Êxodo 21:2-4

 

“E quanto a teu escravo ou a tua escrava que tiveres, serão das nações que estão ao redor de vós; deles comprareis escravos e escravas.

Também os comprareis dos filhos dos forasteiros que peregrinam entre vós, deles e das suas famílias que estiverem convosco, que tiverem gerado na vossa terra; e vos serão por possessão.

E possui-los-eis por herança para vossos filhos depois de vós, para herdarem a possessão; perpetuamente os fareis servir; mas sobre vossos irmãos, os filhos de Israel, não vos assenhoreareis com rigor, uns sobre os outros.”

Levítico 25:44-46

 

“O servo não se emendará com palavras, porque, ainda que entenda, todavia não atenderá.

Quando alguém cria o seu servo com mimos desde a meninice, por fim ele tornar-se-á seu filho.”

Provérbios 29:19 e 21

 

Diz o Novo Testamento:

“Não será assim entre vós; mas todo aquele que quiser entre vós fazer-se grande seja vosso serviçal;

E, qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, seja vosso servo;”

Mateus 20:26-27

 

“E o servo que soube a vontade do seu senhor, e não se aprontou, nem fez conforme a sua vontade, será castigado com muitos açoites;”

Lucas 12:47

 

“Vós, servos, obedecei a vossos senhores segundo a carne, com temor e tremor, na sinceridade de vosso coração, como a Cristo;”

Efésios 6:5

 

“Todos os que estão sob o jugo da escravidão devem considerar os próprios senhores como dignos de todo o respeito; para que o nome de Deus e a doutrina não sejam blasfemados. Os que têm senhores fiéis não os desrespeitem, por serem irmãos; ao contrário, sirvam-nos ainda melhor, porque são fiéis e amigos de Deus, que se beneficiam de seus bons serviços.”

1 Timóteo 6: 1, 2

 

“Exorta os servos a que se sujeitem a seus senhores, e em tudo agradem, não contradizendo,”

Tito 2:9

 

“Vós, servos, sujeitai-vos com todo o temor aos senhores, não somente aos bons e humanos, mas também aos maus.”

1 Pedro 2:18

Será que os rebanhos de cristãos, católicos, ou simplesmente crentes já repararam o que está escrito na Bíblia sobre “escravatura”?

Tanto no Velho como no Novo Testamento, são inúmeras as passagens em que a Bíblia defende a “escravatura” e inclusivamente dá conselhos a “escravos” e a seus “donos”!

Dirão alguns dos seus mais fiéis e submissos seguidores que não se pode interpretar linearmente os seus textos bíblicos; que é preciso inseri-los no contexto da época.

É verdade! Afinal, estamos no século XXI!

Nada do que está ali escrito faz sentido no contexto atual! Não faz mesmo!… pelo menos a qualquer mente minimamente lúcida e racional!

No entanto, é preciso referir que o simples facto de, no seu contexto, defender expressamente a “escravatura”, revela-nos a sua face mais tenebrosa… e também a mais autêntica!

Quantas vidas se perderam em seu nome?

Quantos horríveis sacrifícios foram cometidos em seu nome?

Quantos conflitos violentos e sanguinários eclodiram em seu nome?

Convém pelo menos reconhecer e sobretudo não esquecer a sua face mais negra e violenta.

Pois é, está lá escarrapachado, preto no branco, que a Bíblia defende a escravatura!

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Autor: Carlos Silva
Data: 2020-06-12
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