0394. Comentários

394. Comentários

Em maio de 2017 escrevi o texto “Missa” que, pelo seu contexto social atual, decidiria incluir no livro Agora (I).

Após inseri-lo no meu blog e publicá-lo nas redes sociais, seria alvo dos mais diversos comentários… alguns elogiosos… outros revelando alguma indignação… outros ainda, ofensivos, que acabaria por apagar ou ignorar.

A dois desses comentários, por serem de amigos que me são relativamente próximos, acabaria por responder e publicar os mesmos no livro Agora II, como forma de esclarecimento, não apenas aos autores, mas a todos os que, em particular, acabaria por não responder.

— /—

O Texto objeto de comentário:

  1. Missa (Agora (I))

 

Fui acompanhar a Luísa e a mãe à missa[1] por “alma do meu falecido sogro” …

Ás vezes entro na igreja com elas, como entro em qualquer lugar, mas desta vez ficaria à porta a falar com um amigo que, entretanto, me abordara.

No final, mostrando algum desagrado, a Luísa comentou comigo:

“Durante a missa pediram-nos dinheiro duas vezes… e à saída, outra vez!”

Não respondi, mas pensei… 4 vezes! -uma vez que para mencionar o nome dos defuntos em memória de quem a missa se realiza, cada familiar paga uma determinada quantia. Tal significa que, numa missa, um paroquiano, pode ter que pagar, pelo menos 4 vezes uma quantia em dinheiro.

Observei que a Luísa também trazia na mão um “Boletim Paroquial da Unidade Pastoral”[2], onde, curiosamente, na capa constava o texto “distribuição gratuita”. Sem perceber bem porquê, entregou-mo. Passando consequentemente os olhos por cima, dois títulos do mesmo despertaram-me a atenção:

O primeiro, dizia…

“Maria não veio a Fátima para que a víssemos, mas para avisar sobre o Inferno que é a vida sem Deus”.

Pareceu-me uma espécie de ameaça encapotada aos que encararem a vida sem o dito “Deus”. Decerto que na eternidade serão encaminhados para o dito “inferno”, em detrimento dos que na terra “vivem com Deus”, (ou pelo menos pensam que vivem!), esses certamente com lugar certo no dito “paraíso”.

Os que na terra “vivem sem Deus”, obviamente que nunca poderão ser boas pessoas!

Mais curioso ainda é que a dita “Maria” tenha vindo a Fátima não apenas para ser vista pelos que a avistam, mas para avisar sobre esse “inferno”!

O segundo dizia…

“Domingo do Bom Pastor”. Dedicado aos sacerdotes…

“Ao entrar na sacristia (cito), o pároco encontra um envelope que por fora dizia “Bom Pastor” e dentro continha alguns euros” de um grupo de anónimos paroquianos que assim quiseram mimar o seu Pastor”.

Afinal também há ofertas em dinheiro aos “Bons Pastores”!

5 vezes! -pensei. Tal significa que numa missa se pode pagar 5 e não apenas 4 vezes!

Há pouco ouvi o Papa Francisco, também numa missa[3] dizer que “não se pode servir a Deus e ao dinheiro. Ou um ou outro. O dinheiro faz adoecer o pensamento e a fé faz-nos ir por outros caminhos…”

— / —

C. B. (amigo de infância, adolescência e maioridade)

Comentário no Facebook ao Texto 116. Missa (Agora I)

“Nunca percebi porque pessoas que criticam e condenam a igreja a utilizam e exigem os seus serviços para os seus interesses. Não sejamos hipócritas!”

Resposta ao comentário:

 Caro amigo C. B.,

Normalmente não troco argumentos no Facebook sobre as minhas publicações, quer sejam sobre “política”, “religião”, “desporto”, etc…

Cada um é do que é e acredita no que acredita!

É um direito que todos temos na nossa sociedade livre e democrática.

Prefiro fazê-lo pessoalmente, sobretudo com os amigos (de infância e de “armas”) como tu.

Vou abrir uma exceção apenas para responder ao teu “Não sejamos hipócritas” porque generalizas; não sei a quem te diriges e também para esclarecer o que julgo ser uma pergunta que fazes (“Nunca percebi porque pessoas criticam e condenam a igreja e utilizam os seus serviços”).

Servirá, pois, para esclarecer também os “comentários” que me são dirigidos por outros amigos quer em público quer em privado.

Para contextualizar e para que melhor entendas, todos os meus textos são baseados em factos reais, em ocorrências, em sentimentos genuínos, em pensamentos pessoais, e este, como tantos outros, não foge à regra. Não existe qualquer “hipocrisia” (pelo menos na minha leitura e interpretação lógica).

Sobre o texto que comentaste, nesse dia tinha ido acompanhar a Luísa e a minha sogra à igreja… -o que é normal (a minha sogra é muito religiosa… e respeito) e como quase sempre, não entrei. Fiquei à porta a conversar com um amigo.

Ao sair, a Luísa comentou comigo que lhe tinham pedido dinheiro na igreja por 3 vezes. Duas durante a missa e uma ao sair, à porta. Depois entregou-me um folheto que recebera onde constava… e cito: que um “grupo de anónimos paroquianos oferecera um envelope ao Bom Pastor (padre) que continha alguns euros. Ora, com o pagamento da missa (que a minha sogra fizera), tal perfizera 5 “serviços” … e seria precisamente este facto (autêntico!) que me impeliu a escrever o texto.

Este e muitos outros textos, fazem parte dum livro que publiquei recentemente. Decidi expô-lo no Facebook porque a divulgação (a publicidade faz parte do contrato que assinei com a editora) têm sido alvo de alguns “comentários” (opiniões contrárias que respeito) e também de censura por parte do Facebook, que considera que alguns violam os “Padrões da Comunidade”, sem sequer justificar, quais e o porquê.

Ora, eu penso por mim e não sigo, nem nunca segui, qualquer padrão de opinião previamente estabelecido ou socialmente incutido desde a infância.

Os textos refletem apenas a minha opinião (que vale o que vale como todas as outras) e tenho todo o direito de expressá-la livremente no Meu site, no Meu blog ou na Minha página do Facebook.

Não tenho por objetivo ofender nenhuma pessoa em particular.

Não “condeno” quem acredita no que quer que seja!

Tu tens todo o direito de seres católico, como outro terá de ser islamita, um índio de adorar o “Deus Sol”, ou eu de não acreditar em nada!

É um direito de todos!

Questionar ou perguntar a existência de “entidades supremas” (ou não!) é perfeitamente natural… um direito de qualquer mente minimamente pensante… mal estaria o mundo se todos pensassem igual, acomodados apenas ao que nos dizem ou ficarmos calados e quietos sem respostas minimamente racionais!

Há pessoas religiosas (e não religiosas) boas e más… o que critico é a maldade e as atrocidades que são cometidas em nome dessas crenças e estados ditatoriais.

Não utilizo “serviços” da igreja, no meu interesse… nunca utilizei. Casei numa igreja (para fazer a vontade aos pais e aos sogros), mas até o podia ter sido num estádio de futebol ou num recito de festas… para mim era igual. O importante era o momento… e vivê-lo intensamente tal como fiz.

Quando um dia cá não estiver… (todos vamos!) … dispenso qualquer cerimónia ou “serviço religioso”, simplesmente porque tal não me conforta nem me diz absolutamente nada. Aliás, ser-me-á indiferente, porque já cá não estarei! Mas se hoje me perguntarem, em vez de “missas”, ou cerimónias fúnebres, prefiro que cantem o hino de Lennon (“Imagine”) por um mundo sem crenças, em paz e em liberdade.

O que faço e sempre fiz é tratar bem a minha família e todos os que me rodeiam enquanto cá estiver… para mim o que realmente mais importa!

É isso que me dá ânimo e me conforta.

Sei que é uma resposta muito longa…

Se a leres espero ter sido esclarecedora.

Se algum dia quiseres falar pessoalmente sobre o assunto, pois, estou sempre disponível.

Abraço!

 

— / —

 P. (amigo de adolescência e maioridade… de corridas de bicicleta… e vida militar)

Comentário no Facebook ao Texto 116. Missa (Agora I)

Amigo Silva, quando utilizas este meio de comunicação para fazeres as insinuações que te vão na Alma “se tiveres” e as enviares aos sete ventos para somente difamares e denegrires quem quer que seja, pois só acreditas em ti e nas tuas verdades, deixo-te estas pequenas palavras para as leres com atenção:

Quando alguém me diz que não acredita ‘nessas coisas’ porque só acredita naquilo que vê, fico a pensar se essa pessoa acredita na sua memória, no seu pensamento, nas suas emoções, na sua intuição. Se alguém me diz que só acredita naquilo que pode ser tocado, medido, comprovado cientificamente, fico a pensar se essa pessoa acredita no amor; se acredita na confiança, se acredita na esperança, se acredita no sentido da vida. A conclusão é sempre a mesma: mais tarde ou mais cedo, todos percebemos que – “o essencial é [mesmo] invisível aos olhos: só se vê bem com o coração”.

Bom domingo

“Deus é tão simplesmente isto”

Resposta ao comentário:

 Caro amigo T. Z. P.,

Amigo de inúmeras corridas de bike… aventuras civis e militares…

Suponho que terás lido a resposta que escrevi acima… por isso não me vou alongar a responder aqui… apenar reiterar que “tenho todo o direito de criticar ideias, ideais, figuras públicas, estados ditatoriais, qualquer tipo de crença ou religião… etc… ” tal como tu!

É um princípio fundamental (liberdade de opinião) de qualquer sociedade livre e democrática…

Cito: “Uma Lei ou Padrão de Comunidade que diga que não posso criticar ou ridicularizar ideias, nomeadamente religiosas ou do domínio público, calando e eliminando os seus membros é no mínimo, INTOLERÁVEL e INADMISSÍVEL, hoje em dia! (Rowan Atkinson).

Acredito tanto no amor que até um livro escrevi sobre ELE! O amor é o meu “deus”!

Não diria que só se vê bem com o coração… mal de nós se não questionamos algo que nos incutem como verdadeiro ou não pensamos racionalmente sobre a realidade!

Há quem diga (Óscar Wilde) que “os olhos são inúteis quando a mente é cega”.

Sabes que eu não acredito em “amigos imaginários”, mas sim nos verdadeiros amigos… como TU!

Eis porque te vou dizer o seguinte: Nunca o revelei nestes anos todos em que estivemos juntos… não sei se terás lido já o meu livro (“Agora I” -decerto que não), mas, se o fizeres, fica a saber que te considero tão “AMIGO”… te tenho tanto no coração que um dos textos (o nº 93) é dedicado a ti.

Grande abraço!

Autor: Carlos Silva
Data: 2023-12-13
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[1] Igreja de Borba
[2] De Borba, Ano 1 Nº 3 maio 2017
[3] Santa Marta

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0393. “Se existe um deus…”

Se existe um deus

Nota: Frase escrita por um prisioneiro numa parede de Auschwitz

“Estima-se que durante o Holocausto tenham morrido mais de um milhão de crianças, dois milhões de mulheres e três milhões de homens judeus”.

Sabe porque é que o seu “deus” não salvou nenhuma destas vidas?

A resposta é simples…

Porque, na realidade, não existe!… ou porque apenas existe em sua mente e jamais salvará ou implorará pelo perdão de alguém!

Hitler pretendia exterminar todos os judeus que viviam na Alemanha e para tal idealizou e criou Auschwitz, um campo de concentração onde decorreu um dos genocídios mais atrozes e ignóbeis da história da humanidade.

Fornos crematórios funcionavam dia e noite usando como lenha seres humanos!… apenas porque eram judeus!… -o tal povo “escolhido” dos católicos que a Bíblia alude.

O que é que fez o seu “deus” para o evitar?

Nada!

Esta é a realidade!… nua e crua, acreditemos ou não.

O “deus” que você imagina e idolatra não existe!

Todos os “deuses” são uma mentira!

Todos os “deuses” são apenas fruto da imaginação e criação humana… que acaba por ser vítima da própria mentira.

O seu “deus” não passa de um pensamento abstrato baseado numa ilusão de perfeição e sobretudo aspiração de imortalidade.

A sua fé não faz existir o seu suposto “deus”!… nem os “deuses” de todos os crentes que os supõem!

Auschwitz, tal como todos os Holocaustos da humanidade, resultou apenas da ação humana e da natureza que a rodeia!

Não adianta implorar por algum perdão… porque não existe nenhum “deus”!…

Autor: Carlos Silva
Data: 2022-05-01
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0392. Adulto-criança

392. Adulto-criança

.

Privaram-no de brincar de questionar e de sonhar

Incutiram-lhe dogmas crenças e símbolos de ciência

Incutiram-lhe adoração submissão e feição de amar

Incutiram-lhe Presente e Futuro por vil penitência 

.

Privaram-no de ser e do que sempre sonhou ser

Roubaram-lhe corpo alma e a própria inteligência

Roubaram-lhe tudo o que tinha e sonhou ter

Roubaram-lhe inocência puberdade e consciência

.

Privaram-no de brincar de questionar e de sonhar

Incutiram-lhe deuses e demónios de bem e de mal

Incutiram-lhe rituais e orações como virtude natural

.

Privaram-no de ser e do que sempre sonhou ser

Roubaram-lhe o Sol sem a menor sombra de culpa

Roubaram-lhe a Vida e jamais pediram desculpa

.

Autor: Carlos Silva
Data: 2022-01-01
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0391. Guerra

391. Guerra 

 

Guerra!… como é possível?!

Eis a questão que meio mundo se coloca por entre uma desmesurável e impotente sensação de revolta.

 

Nós, por aqui, despreocupadamente, num cantinho do mundo à beira mar plantado, desfrutando da liberdade de abril… traçando objetivos e sonhos futuros, e outros, um pouco mais acima, do outro lado da Europa, lutando desesperadamente por sobreviver… por causa de uma guerra que ninguém aceita… e muito menos entende.

Todo um povo a sofrer e a morrer… perante a indiferença da humanidade!

É impossível qualquer ser minimamente sensível e racional ficar quieto ou indiferente perante tal barbaridade.

Como é possível, em pleno séc. XXI, um ditador invadir um país soberano eleito pelo voto popular; chamar-lhe “operação especial” e simultaneamente proibir a palavra “guerra”, como se tal não significasse sofrimento, morte, destruição e miséria?

Como é possível que este mundo permita que um louco (só assim se pode chamar!) prossiga com este autêntico holocausto humano?

Não servirá o passado recente de exemplo? Muitas feridas da Segunda Guerra Mundial ainda estarão por sarar…

Como é possível que ninguém ouse levantar a voz ou tenha coragem para o deter?

Ninguém pode decidir sobre a vida ou futuro de ninguém!

Numa guerra não existem vencedores… apenas perdedores!… sobretudo os milhares de inocentes que a sentem na carne e sofrem para o resto das suas vidas!…

Pode-se conquistar um país pela força das armas, mas jamais se vergará a entidade do seu povo!

 

Como é possível tal insanidade em pleno século XXI?

 

Autor: Carlos Silva
Data: 2022-03-07
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0390. “Carpe diem”

390. Carpe diem 

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Nascer, viver e morrer.

Vértices implacáveis do ser.

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Ignorar, evitar, esquecer…

É indiferente!

A finitude da vida…

É evidente!

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Enquanto temos tempo,

Enquanto temos noção do tempo,

Enquanto temos noção da vida,

Temos noção da morte!

Depois nada teremos.

É evidente e indiferente!

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Somos inconscientes…

Perdemos tempo com inutilidades,

Com conflitos e barbaridades,

Com mitos e inverdades

Que nos roubam tempo…

Que roubam este precioso tempo de vida.

.

Esquecemo-nos de pensar,

Esquecemo-nos de dizer o que temos de dizer,

Esquecemo-nos de fazer o que temos que fazer,

Esquecemos de amar quem temos que amar,

Esquecemos de viver enquanto podemos viver,

Antes de envelhecer…

Antes de morrer!

.

Não abraçamos,

Não beijamos,

Não amamos,

Não vivemos plenamente,

Não vivemos naturalmente,

Enquanto temos tempo…

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Perdemos o melhor que a vida nos pode dar…

Morremos antes de morrer…

E não sabemos!

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Não aprendemos,

Não aprendemos a tempo de viver…

Não aprendemos porque morremos!

.

Não valorizamos a vida…

Não percebemos que estamos vivos…

Não percebemos que o amanhã pode não chegar…

Pode não existir amanhã!

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Não percebemos a brevidade da vida…

Como a vida é tão breve na linha do tempo…

E como pode mudar a qualquer momento!

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Só temos esta vida!

Só temos esta única e preciosa vida…

E a certeza da morte.

É evidente e indiferente!

.

Por isso vive intensamente…

Por isso vive AGORA!

E não apenas a memória do passado ou a ilusão do futuro.

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Autor: Carlos Silva
Data: 2022-02-06
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0389. Pessoas especiais

399. Pessoas especiais 

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Nos anais d’ um soneto por entre símbolos e sinais

Deixo este meu tributo a todas as Pessoas Especiais

Pessoas aparentemente comuns tidas como banais

Pessoas naturalmente distintas dos comuns mortais

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Pessoas completamente exemplares meros errantes

Pessoas absolutamente apaixonadas simples amantes

Pessoas plenamente desejadas e sobretudo veneradas

Pessoas realmente geniais pela alma como são adoradas

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Pessoas especiais que sonham e fazem sonhar genuinamente

Pessoas especiais que fantasiam e realizam espontaneamente

Pessoas que pela arte se libertam e libertam completamente

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Pessoas tidas como sobrenaturais mas simplesmente reais

Pessoas reais mas completamente desiguais das demais

Pessoas desiguais dos comuns mortais Pessoas Especiais

.

Autor: Carlos Silva
Data: 2022-02-03
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0388. Separação

0388. Separação

A propósito das Jornadas Mundiais da Juventude católica (JMJ), muito se tem falado sobre a “separação entre Estado e religião”.

Na realidade, o que mais se tem falado tem sido de “união entre Estado e religião católica”!

Na realidade, o que se tem verificado é um autêntico matrimónio entre Estado e religião católica!

Quer se trate de separação, casamento ou união, o que é um facto, é que é intolerável que dois amantes se juntem ocasionalmente simplesmente para usarem e abusarem do erário público sem que os contribuintes sejam minimamente tidos nem achados nesta relação.

É por demais evidente que políticos e católicos não sabem (ou fingem não saber!) o autêntico significado de “separação”, tal a inconsciência em que realmente vivem ou convivem.

Embora a Constituição da República Portuguesa consagre a separação, o que é um facto é que a lei não está a ser cumprida!

Como português e contribuinte exijo que seja rigorosamente cumprido o princípio jurídico-político da separação do Estado relativamente às demais crenças ou cultos.

Disse.

Autor: Carlos Silva
Data: 2023-11-22
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0387. O mito de Abraão

387. O mito de Abrãao

Diz a Bíblia que “Deus ordenou a Abraão que sacrificasse o seu filho Isaac…

387. O mito de Abrãao_Saramago

A propósito do mito, referiu José Saramago

“O lógico, o natural, o simplesmente humano seria que abraão tivesse mandado o senhor à merda, mas não foi assim. Na manhã seguinte, o desnaturado pai levantou-se cedo para pôr os arreios no burro, preparou a lenha para o fogo do sacrifício e pôs-se a caminho para o lugar que o senhor lhe indicara, levando consigo dois criados e o seu filho isaac… atou o filho e colocou-o no altar, deitado sobre a lenha. Acto contínuo, empunhou a faca para sacrificar o pobre rapaz e já se dispunha a cortar-lhe a garganta quando sentiu que alguém lhe segurava o braço, ao mesmo tempo que uma voz gritava, Que vai você fazer, velho malvado, matar o seu próprio filho, queimá-lo, é outra vez a mesma história, começa-se por um cordeiro e acaba-se por assassinar aquele a quem mais se deveria amar… Sou Caim, sou o anjo que salvou a vida de isaac… (…)”

 

O que pode realmente pensar uma mente minimamente sã ao abrir uma Bíblia e deparar-se com o “mito de Abraão”?

O que pode realmente passar pela mente de um crente cuja fé absolve e legitima o assassínio do próprio filho quando essa é a vontade do seu “deus”, ou quando, supostamente, este ordena como prova de devoção?

O que pode realmente um simples ser humano pensar desta cruel insanidade?

Imagine-se que numa qualquer missa de domingo, um sacerdote decide enaltecer o mito de Abraão como ato de “louvável devoção religiosa” …

Imagine-se que um qualquer fervoroso crente, empolgado pelo discurso do sacerdote, sai dali absolutamente convencido que a melhor prova de amor a “deus” pode ser o sacrifício de um ente querido…

Pode-se realmente imaginar, mas, na realidade, não se compreende como é que uma suposta tentativa de infanticídio pode ser celebrada numa igreja como um ato de fé e o seu autor considerado um herói.

Pode-se realmente imaginar, mas, na realidade, não se compreende como é que um crime cometido em nome da fé pode deixar de ser crime, ou, no mínimo, “pecado”, e seja transformado numa espécie de ritual de doutrinação religiosa para agradecer e louvar a “deus”.

Paradoxalmente, ainda hoje, muitos crentes tomam Abraão como um “santo”; como o “pai da fé”; chegando mesmo a louvar a sua atitude de obediência cega e desvairada… e poucos têm lucidez para assumir que se pode tratar de um crime hediondo cometido por um insciente mental.

O mito de Abraão é apenas mais um exemplo da forma como a fé pode suprimir o raciocínio e o pensamento ético do ser humano, ao ponto de desvalorizar a vida de um filho e aceitar o seu sacrifício como um ato legítimo de obediência à vontade de uma suposta entidade divina.

A Igreja católica considera o mito de Abraão uma “ação divina” por ter sido a intervenção de um anjo a causa da salvação de Isaac… -uma justificação ainda mais ridícula que o próprio mito.

Não estando ninguém por perto, o que teria realmente levado Abraão a parar no momento em que se preparava para sacrificar o próprio filho?

Obviamente que o arrependimento de Abraão terá pressuposto um momentâneo rasgo de lucidez mental…  o duvidar do seu próprio deus…

“Que diabo de deus é este que, em nome da fé, proclama “não matarás” e simultaneamente ordena o sacrifício do meu filho?!”

Ninguém saberá ao certo o que terá levado Abraão a parar… ou, por outras palavras, o que terá realmente levado o redator de tal escritura a imaginar tão macabro cenário…

Na realidade, uma mente minimamente lúcida e racional não pode ficar indiferente ao horror de matar a sangue-frio uma inocente criança… ainda mais sendo o próprio filho!

Mais insano ainda que toda esta fé cega e infanticida, é acreditar sem questionar, é amar esse suposto “deus cruel, sedento de sangue e de sacrifício humano” e transformar esse sentimento numa virtude acima de qualquer valor ético e racional.

 

O que se pode realmente concluir sobre o mito de Abraão?

A conclusão mais evidente é que a fé, quando extremada, pode levar qualquer ser humano a praticar atos criminosos de extremismo religioso, considerados pelos seus autores morais como heroísmo, devoção e vontade divina.

Autor: Carlos Silva
Data: 2023-11-22
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0386. Popularidade

386. Popularidade

John Lennon disse um dia que “os Beatles são mais populares que Jesus Cristo”.

É natural que John Lennon, um ser livre e perfeitamente racional, tenha dito que “os Beatles eram mais populares que Jesus Cristo”… afinal, adorava música e abominava a hipocrisia das crenças religiosas.

Na altura, as suas declarações, tal como “God” e “Imagine”, foram vistas como uma autêntica afronta; uma ofensa apocalíptica para a maioria das religiões de todo o mundo.

“Imagine um mundo sem religião com todas as pessoas vivendo as suas vidas em paz?”

Era uma “blasfémia” … uma perfeita utopia…  ou eventualmente um inquestionável desafio a qualquer mente minimamente racional!

Além duma acérrima crítica à religião, “Imagine” é sobretudo um autêntico hino à paz… e transformar-se-ia também num grande êxito mundial.

Mas Lennon, não se ficaria por aqui…

Afirmaria também que “o Cristianismo iria acabar; encolher e desaparecer…”.

Tais palavras implicariam graves consequências para os Beatles e em particular para Lennon, que, como sabemos, acabaria por ser assassinado em 1980; facto ainda hoje interpretado por alguns radicais religiosos como “castigo divino”. Apesar de não terem grande impacto no seu país, nos Estados Unidos, sobretudo a nível dos católicos mais conservadores, gerariam uma autêntica onda de indignação e revolta, levando à queima de discos, a ameaças e a tentativas de agressão durante a sua digressão.

A pressão de seitas religiosas radicais como KKK e sobretudo do Vaticano que através do Papa emitiria uma nota de protesto, seria de tal forma violenta que o cantor seria forçado a retratar-se publicamente. Numa primeira fase, Lennon, negar-se-ia a pedir desculpa; no entanto, sob a ameaça de que, em caso de negação, estaria em risco toda a digressão pelo território americano, acabaria por fazê-lo…

“Nunca quis comparar os Beatles a Jesus Cristo… (…) a ideia era que, para muitos jovens, a música é mais importante do que a religião… (…) “não sou contra Deus ou contra a religião… (…) 

“Nunca quis que soasse como uma coisa vil e antirreligiosa…. se querem que eu peça desculpas, se isso os deixará felizes, então ok: desculpem-me.”

Tendo em conta o atual contexto político português, onde Estado e religião católica vivem e convivem de mãos dadas…

Espero nunca ser constrangido a afirmar o contrário do que penso…

Espero nunca ter que pedir desculpa por dizer o que penso… ou apenas porque tal, eventualmente, ofenda a crença de alguma seita no seu fiel amigo imaginário.

Afinal, tal como Lennon, apenas quero “paz num mundo sem fronteiras nem religiões”.

Mas quero mais do que “imaginar”!

Quero viver esse mundo na realidade e em plena liberdade!

Quero!… e é precisamente o que tenho vivido até agora!

Autor: Carlos Silva
Data: 2023-11-22
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0385. “Deus está morto”

385. Deus está morto

Muita gente terá questionado o que realmente pretendia Nietzsche dizer com a célebre frase do seu Livro III da Gaia Ciência…

“Deus está Morto”

“Deus não morre porque é eterno e todo-poderoso…” -comentam alguns. crentes

“Se Deus não existe, logo não pode morrer!…” -comentam alguns descrentes.

Pensando no que eventualmente Nietzsche teria pensado…

Penso que simplesmente previa o princípio da morte abstrata de “deus”.

Penso que simplesmente previa o princípio do fim da religião, em particular o cristianismo, pelo facto de analisar, raciocinar e percecionar que a religião está a perder o lugar de destaque na cultura ocidental e a entrar num irreversível espiral de declínio.

No passado “Deus” era praticamente o “centro do mundo”!

No presente, a cada dia que passa, cada vez mais, deixa de ser o centro cultural do mundo e sobretudo o centro do ser humano.

No futuro apenas uma recordação de alguém… depois, não será absolutamente nada!

Cada vez mais precocemente o homem se liberta da sua prisão mental…

Cada vez mais “a ciência, a filosofia, a literatura, a arte, a música, a educação… e a vida social quotidiana…” se libertam da religião…

Cada vez mais o poder estatal, seu milenar aliado, se separa da religião…

Cada vez mais o cidadão comum rejeita ou simplesmente ignora a “religião” para evitar cair no ridículo de justificar o injustificável, observar e invisível, ou concluir o inconclusivo.

Ainda existem milhões de pessoas em todo o mundo que são profundamente religiosas fruto da constante doutrinação… -é um facto!

Muitas delas acreditam piamente que o seu Deus está realmente vivo.

Grande parte não sabe, não lê, não percebe… e nem sequer pensa ou questiona se o seu “deus” estará realmente morto!… apenas acredita que existe porque tem fé… como se a sua fé o fizesse existir.

A tradicional imagem que cada ser em particular tem de “deus”, e o Cristianismo em geral (movido pelo ideal de poder, de domínio e sobretudo ganância económica), sempre fez parte do quotidiano e do pensamento filosófico humano;  praticamente todos os sistemas educacionais e sociais eram geridos pela religião ao ponto de ainda hoje quase toda a gente ser “batizada, casada ou sepultada pela igreja, frequentando-a com alguma regularidade durante toda a vida”.

O que tem realmente causado a “morte de deus” é o pensamento racional!…

O que tem realmente causado a “morte de deus” é a explosão do conhecimento… a liberdade da literatura e de tantos génios como Nietzsche…

A globalização e a revolução científica têm vindo a permitir a explicação objetiva de inúmeros fenómenos naturais que acabam por deitar por terra as escrituras e dogmas religiosos que, em alguns casos, serviam de lei ou de inquestionáveis mandamentos.

O iluminismo do séc. XVIII, com a ideia de “razão” em detrimento de “tradição”, a Revolução Industrial do séc. XIX, com o crescente poder tecnológico e económico desencadeado pela ciência, a evolução da medicina, a melhoraria significativa das condições de vida da maioria da população mundial, também foram fatores determinantes para o declínio da ideia de “deus”.

Durante milhares de anos, reinou a “suprema ideia de Deus”.

O omnipotente, o omnisciente, omnipresente era o criador da terra e do céu… o pai; o fiel amigo; a moral; a lei fundamental…  a base de todo o pensamento humano; o determinante do comportamento dos fiéis, a eternidade… o limiar do paraíso… ou inferno, a punição de todos o que ousassem não seguir o seu caminho.

“Deus está morto!” -afirmou Nietzsche…

Talvez se trate mesmo de um processo de extinção simples e natural… afinal, todos os conceitos acabam por expirar na consciência de todas as civilizações porque na realidade apenas existem na mente de quem neles crê.

Simples espectadores como eu…

Pensadores, escritores, artistas…

Apenas voam em liberdade…

Apenas observam e descrevem a realidade!

Deus está morto! -subscrevo-o obviamente.

Podem até pensar que esteja louco por também o afirmar ainda no presente!

Talvez também tenha estado por aqui cedo demais e não seja este ainda o meu tempo.

Talvez a maior parte só o entenda um pouco mais à frente…

Talvez até nunca o entenda…

Afinal, tudo precisa de tempo para ser observado… provado e comprovado!

Nota:

A propósito da “morte de deus” e da sua milenar encenação, já o Papa Leão X referia que “a fábula de Cristo é de tal modo lucrativa que seria uma loucura advertir os ignorantes do seu erro”.

Curiosamente, em países como Portugal ainda hoje se realizam Jornadas Mundiais de Juventude católicas, cujo maior “embaixador” é um presidente católico duma República laica!

Ah… e todos acreditam que “deus está vivo”!

Autor: Carlos Silva
Data: 2023-11-14
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